img



COMUNIDADE

Pesquisa da UFSC investiga o comércio de alimentos de rua de Florianópolis

Publicado em 08/10/2013


Pesquisa da UFSC investiga o comércio de alimentos de rua de Florianópolis



Rayza Dal Molin Cortese, do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) e Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizou uma pesquisa, sob orientação da professora Suzi Barletto Cavalli, em parceria com a professora Marcela Boro Vieiros, que resultou em sua dissertação de mestrado.

O objetivo do estudo foi caracterizar o perfil sociodemográfico de vendedores de alimentos de rua, e analisar a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos ao longo da cadeia de produção, isto é, desde a compra das matérias-primas até a venda dos alimentos.

O comércio de alimentos de rua é uma prática comum em diferentes locais do mundo.  Esses alimentos são reconhecidos e apreciados por seus sabores, conveniência, facilidade de acesso e praticidade, além de representarem a cultura alimentar local. No entanto, devido a problemas como ausência de infraestrutura adequada, lavatórios e água corrente nos pontos de venda, condições inadequadas de armazenamento dos alimentos e práticas de higiene impróprias dos manipuladores, há uma constante preocupação no que se refere à qualidade e segurança higiênico-sanitária dos alimentos assim comercializados.

O estudo foi realizado com 43 vendedores de alimentos de rua, em pontos de venda estacionários, na região central de Florianópolis, Santa Catarina, durante o mês de dezembro de 2012. A regulamentação do comércio ambulante é de responsabilidade da Secretaria Executiva de Serviços Públicos (SESP), vinculada à Prefeitura Municipal. Os vendedores que participaram do estudo eram cadastrados e estavam autorizados a comercializar alimentos na região.

Foi observada a predominância de vendedores do sexo masculino, com idade média de 48 anos e ensino fundamental completo. Dentre os alimentos comercializados, destacaram-se a pipoca, preparada no ponto de venda; doces como bombons, cocada, amendoim e churros; salgadinhos industrializados; cachorro-quente; milho-verde; churrasquinho; além de bebidas— como água, refrigerantes, sucos industrializados, bebidas alcoólicas e água de coco.

A maioria dos pontos de venda era do tipo carrinho. A aparência dos alimentos e o preço foram os aspectos preponderantes para a seleção das matérias-primas, adquiridas principalmente em atacados e supermercados e com embalagens e rótulos regulamentados. A maionese utilizada como ingrediente de alguns lanches era preparada em casa, sem adição de ovos.

O transporte era realizado geralmente com carro, e foram observadas inadequações relacionadas ao armazenamento de alguns alimentos durante o trajeto até o ponto, e no próprio local de venda. Entre eles, destacaram-se as carnes e os embutidos, os molhos industrializados, as hortaliças e os produtos de panificação pré-prontos e prontos, como a massa de churros.

A água utilizada para o cozimento dos alimentos ou para a higienização das mãos provinha principalmente do domicílio do vendedor, e era armazenada geralmente em galões. Em quase metade dos pontos de venda, não havia separação de utensílios para alimentos crus, cozidos e prontos para o consumo, constituindo risco de contaminação do alimento.

Em relação às boas práticas de higiene, 95% dos vendedores manipulavam alimentos e dinheiro, sem higienizar as mãos, e 65% afirmaram lavar as mãos durante a atividade. A frequência de higienização foi baixa, com média de quatro vezes ao dia, sendo que 24% utilizavam apenas água.

O município de Florianópolis possui uma lei que exige a obrigatoriedade de treinamento – sujeito a renovação a cada dois anos – sobre práticas higiênicas para os manipuladores de alimentos.  No entanto, 33% dos vendedores não tinham passado pelo treinamento, e 24% tinham feito o curso há mais de dois anos, porém não o renovaram.

A partir dos resultados obtidos, constata-se a necessidade de melhorar as condições ambientais em que o comércio é realizado. Além disso, é necessário proporcionar infraestrutura básica e adequada ao vendedor, para que ele possa adotar práticas de higiene adequadas em todas as etapas da cadeia de produção, priorizando a segurança e qualidade dos alimentos.

Recomenda-se, ainda, a regulamentação específica para esse segmento do comércio, considerando-se as particularidades de cada alimento, garantindo, assim, que ele chegue seguro ao consumidor. Por fim, é necessário que quem consome o alimento comercializado na rua conscientize-se de que deve compartilhar responsabilidades com a fiscalização, exigindo e contribuindo para um alimento seguro e de qualidade.









Shopping








Leia também ...



















Aqui tem mais notícias para você ler ...



Contribuia com apenas R$ 1,00 no PIX

Abra o APP de seu banco.



Editorias
Geral
Cidades
Comunidade
Variedades
Tecnologia
Turismo
Esportes
Diversão
Politica
Musica
Regional
Marketing

Nossa rede
Unique TV
Unique Planalto Norte
Rádio Unique
Sport SC
Trip News
Tech Today
Jornal Trindade
Rádio C4 FM

Publicidade