Florianópolis, 06/05/2024
Publicado em 26/06/2013
Os trabalhos de escavação, aprovados pela direção geral do Patrimônio Cultural, fazem parte de um conjunto de pesquisas sob a responsabilidade da arqueóloga portuguesa do IPT Alexandra Figueiredo, desenvolvidos sob o apoio do Laboratório de Arqueologia e Conservação do Patrimônio Subaquático, do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), da Associação CAAPortugal e da Camara Municipal de Alvaiázere.
As equipes desenvolverão até setembro um curso avançado de mergulho científico e arqueologia subaquática que, além de aulas teóricas, integra a participação em trabalhos de escavação, quer em sítios arqueológicos portugueses, quer em brasileiros. Um exemplo da participação e articulação conjunta das duas instituições é a campanha de escavação subaquática da gruta do Bacelinho, coordenada por Alexandra Figueiredo, do Laboratório de Arqueologia e Conservação do Patrimônio Subaquático, do Instituto Politécnico de Tomar e pela professora da Unisul Deisi Scunderlick Eloy de Farias, do Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia (Grupep-Arqueologia).
A gruta tem cavidade com mais de 500 metros quadrados, possui duas galerias submersas onde serão realizados os trabalhos, que servem também como treino de estágio aos alunos da pós-graduação de Arqueologia Subaquática (www.ipt.pt). Este curso, lecionado em regime presencial e a distância, de caráter internacional, tem tido uma extraordinária afluência de alunos e pesquisadores do Brasil, como são os investigadores do Grupep/Unisul ou da Marinha Brasileira.
“A arqueologia subaquática não pesquisa só naufrágios e é importante que os futuros arqueólogos tenham essa consciência e saibam como agir perante diferentes situações e contextos arqueológicos", destaca Alexandra. Ela diz ainda que "a participação conjunta da Unisul e IPT nos trabalhos de campo permitirão enriquecer as pesquisas, sendo uma mais valia para o estudo da cavidade, que decorre desde 2011”, ressalta Alexandra.
A arqueóloga Deisi Scunderlick Eloy Farias explica que desta gruta já foi exumada uma grande diversidade de objetos cerâmicos, metais, fragmentos de recipientes em vidros, alguns elementos líticos e ossos faunísticos, que integram o período romano e a época medieval. Entre os objetos destacam-se alguns artefatos de armamento romano, relativamente raros, incluindo duas espadas em ferro, que estarão expostas ao público no Museu Nacional de Arqueologia, explica Alexandra Figueiredo. Para a arqueóloga Deisi, a expectativa desta escavação é grande. “Pretendemos encontrar mais evidências da exploração da gruta, assim como os seus utensílios e demais artefatos que compunham aquele contexto histórico”.
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