Florianópolis, 26/04/2024
Publicado em 28/06/2022
E seu foco foram as goiabas serranas produzidas no local desde 2011. Para tanto, propôs ao marido, Adriano Costa, 49 anos, que dali em diante só ele cuidaria do pomar que tem 850 pés espalhados em um hectare. Já ela, passaria a se dedicar à transformação das frutas menores, sem valor comercial, em deliciosas receitas culinárias e cosméticos.
A decisão resultou na criação de quase duas dezenas de produtos à base da polpa da goiaba, da casca e da parte branca da fruta, todos inéditos no mercado e sempre testados em casa, pelo marido e os três filhos do casal: picolés, sorvetes, compotas, queijos, pão sem ovos e leite, cerveja feita por uma empresa parceira de São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, na divisa com São Joaquim. Também surgiram musse, brigadeiro, geleia, compota e chutney, o molho agridoce de origem indiana e, em parceria com um jovem empresário de Balneário Camboriú, sabonete líquido e creme para as mãos.
Além da goiaba serrana o sítio Zaga Costa acomoda em seus 130 hectares um parreiral de uva cabernet sauvignon (entregue a uma vinícola para fabricação de vinho), gado de corte e um pomar de maçã Fuji.
Goiaba serrana, um tesouro da natureza
*É parente da pitangueira da guabiroba, da jabuticabeira, do araçá e conhecida como goiaba-do-campo, goiaba-do-mato, goiaba-serrana e goiaba feijoa. A árvore é de pequeno porte e lembra uma oliveira e um limoeiro.
*A polpa é a única parte consumida in natura. Ela é gelatinosa, de cor gelo, aroma muito intenso e sabor doce-acidulado.
*As pétalas de suas flores são comestíveis.
Em grande parte, o sucesso da iniciativa de Sabrina deveu-se ao que ela já havia apreendido sobre o processamento da maçã Fuji, em aulas oferecidas pela Cooperativa da Mulher Serrana (Coopermuse), da qual é associada. Além disso, o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) foi importante na transformação desta mulher tão paradoxal: como empresária urbana, representa a quarta geração da família de Léa Dutra, sua avó, a administrar o negócio. Já no universo da goiaba serrana ela se consagra como a primeira produtora rural a testar, com sucesso, ainda que em fase experimental, as vantagens econômicas do processamento da fruta.
Por certo, não fosse a pesquisa agropecuária realizada pela Secretaria da Agricultura e da Pesca, através da Epagri ao longo de décadas, hoje a goiaba serrana ainda seria encontrada apenas nas matas da Serra catarinense. Mas o órgão conseguiu “domesticar” a goiabeira-serrana criando pelo menos cinco cultivares dela para serem distribuídos aos produtores rurais interessados.
Graças aos esforços, que incluem estudos da Udesc e da UFSC, a empresa Goiabas Adrina, formada pela junção dos nomes Adriano e Sabrina, está comemorando antecipadamente uma excelente safra, cuja colheita ocorre entre março e abril. Ao todo deverão ser colhidas 10 toneladas. As unidades maiores acomodadas em caixas com três quilos a R$ 50,00 a caixa, serão m sua maioria adquiridas por médicos. Mais do que ninguém, eles conhecem a importância da serrana para a saúde e o fato de que as frutas menores, aquelas que acabam processadas por Sabrina, continuam mantendo o valor nutritivo e os benefícios.
Alguns de seus benefícios
Antonio Carlos Mafalda / Mafalda Press |
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