Publicado em 14/09/2021
Esta é a primeira vez que a pesca artesanal foi incluída no Programa Nacional de Alimentação Escolar do município, cuja legislação prevê a compra de pelo menos 30% dos produtos da agricultura familiar, da qual a pesca faz parte.
Os responsáveis pela entrega são os pescadores Tulio Lopes Gonçalves e Anna Gabriela Ferreira Pego, casal que tem um empreendimento no Pântano do Sul, bairro do sul de Florianópolis.
Para que essa venda fosse efetivada, os pescadores tiveram que atender todos os critérios exigidos para participar do Pnae, começando pela legalização da agroindústria pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM-Fpolis) e emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica para Microempreendedor Individual.
Legalização da agroindústria
A extensionista social da Epagri em Florianópolis, nutricionista Cristina Ramos Callegari, explica que esses requisitos foram atendidos após um extenso trabalho desenvolvido pela Empresa nos anos anteriores para viabilizar a comercialização de pescado para mercados institucionais como Pnae e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que prevê a profissionalização dos pescadores.
Cristina ressalta que o grande marco para isso foi a implementação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM-Fpolis), que ocorreu em junho de 2017. “O SIM foi uma conquista importante para o município, muito esperada pelos produtores locais que almejavam promover seus produtos, pois ele comprova a qualidade desses alimentos , diz ela. O SIM é acessado por meio da Superintendência de Pesca, Maricultura e Agricultura.
Testes de aceitabilidade
A definição de qual peixe seria o mais adequado para ser fornecido para as escolas passou por alguns testes. Um deles foi feito em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, que analisou a perda de massa por cozimento em filé de espada congelado com propostas de métodos de congelamento, testes de tempo de descongelamento, orientações para embalagens e rotulagem.
Após essa etapa, foi a vez de ter a aprovação das crianças. Cristina conta que em janeiro do ano passado, durante o Programa Educar no Verão 2020 no Núcleo de Educação Infantil Irmã Scheilla foram realizados dois testes de aceitabilidade para inclusão de filé de peixe espada na alimentação escolar de Florianópolis.
Um deles foi com o peixe assado em cama de batata com cebola e tomate e o outro assado, empanado em farinha de milho com “ovo” da planta ora-pro-nóbis (folhas liquidificadas dessa planta com pouca água ficam com consistência semelhante à clara do ovo).
Segundo a extensionista da Epagri, a nutricionista da alimentação escolar de Florianópolis considerou o filé de peixe espada bem aceito pelas crianças e também entre as cozinheiras por fazer parte da cultura alimentar. Com isso, as duas preparações passaram a ser servidas. Por conta da pandemia e da suspensão das aulas presenciais em 2020, o peixe foi incluído na alimentação escolar apenas em 2021.
Para participar do Pnae, Tulio e Gabriela atendem todos os critérios exigidos |
Uma das receitas é o peixe assado em cama de batata com cebola e tomate |
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