Florianópolis, 19/04/2024
Publicado em 08/10/2018
Fabricante de nanopartículas com propriedades funcionais para tecidos, cosméticos, alimentos e materiais diversos, a Nanovetores, localizada em Florianópolis, obteve um crescimento de exportações na ordem de 300% no último ano. Essas partículas, praticamente invisíveis a olho nu, podem ser aplicadas, por exemplo, a tecidos que passam a ter a capacidade de repelir mosquitos ou hidratantes.
A Nanovetores, a Cetarch (de Criciúma, que aplica nanotecnologia à cerâmica) e Extratos da Terra (de Palhoça, que aplica nanotecnologia em produtos cosméticos) foram os três cases apresentados nesta quinta (4) no Workshop Nanotecnologia para a Indústria, evento que faz parte do programa homônimo, mantido em parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e as federações de indústria, como a FIESC. A nanotecnologia consiste em produtos extremamente minúsculos, correspondente a milionésimos de milímetros, numa proporção do tamanho de uma laranja, na comparação com a do planeta Terra.
“A nanotecnologia abre uma gama de oportunidades para a miniaturização de componentes e apresenta um amplo potencial de aplicação em importantes setores industriais. É, portanto, uma oportunidade de diferenciação que precisa ser considerada pelo nosso setor produtivo”, disse o diretor de desenvolvimento institucional e industrial da FIESC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.
Especialista em nanotecnologia, biotecnologia e saúde da ABDI, Clelia Guimarães entende que a nanotecnologia estabelece um novo paradigma para o Brasil se espelhar. Ela citou que o Programa Nanotecnologia para a Indústria já realizou ações em duas dezenas de organizações do setor.
“Ou a indústria incorpora nanotecnologia em seu planejamento tecnológico ou vai ter dificuldades de se manter no mercado devido à concorrência”, afirmou o diretor do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, de Florianópolis, André Pierre Mattei.
Eric Cardona Romani, pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais de Produção, do Rio de Janeiro, comparou a nanotecnologia à indústria 4.0 como desafio para o desenvolvimento industrial. “Temos que ter com a nanotecnologia a mesma preocupação, incluindo a capacitação de profissionais, que temos com a indústria 4.0”, disse.
Ele citou as potencialidades do uso do grafeno, um componente do carbono e que pode ser extraído da biomassa, ou seja, pode ser obtido a partir do lixo. O grafeno pode ser, por exemplo, a base para a produção deo um telefone celular flexível (que já está sendo desenvolvido e deve chegar ao mercado em breve) ou para a dessalinização da água.
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