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GERAL

O grande salto da pesquisa arqueológica brasileira

Publicado em 28/11/2016


Antonio Carlos Mafalda/Mafalda Press
O grande salto da pesquisa arqueológica brasileira



Antigos povos indígenas que habitavam a região serrana de Santa Catarina já plantavam culturas como feijão, mandioca e milho há 2 mil anos atrás.



Por: Paulo Luis Cordeiro

Esse é um dos resultados das escavações realizadas por arqueólogos brasileiros e estrangeiros em Campo Belo do Sul, a 266 quilômetros de Florianópolis, iniciadas em 2014 e ainda não concluídas.

Mark Robinson, arqueólogo da Universidade de Exeter/UK, trabalha atualmente recolhendo amostras do solo no Sítio Arqueológico Abreu Garcia. "Quando eles vieram, começaram a expandir a população. Criaram uma hierarquia social. O topo desta hierarquia eram os chefes. Depois de cremados eram enterrados no local. Os que trabalhavam na agricultura, os domésticos e a baixa classe, eram enterrados em outro. O povo indígena daqui possuía uma economia diferente em relação à do litoral, onde predominavam os frutos do mar e peixes. Na serra, como é muito longe do mar, tiveram que comer animais e plantar culturas como o pinhão, feijão, mandioca, milho", explica Mark.

Segundo a pesquisadora Luísa d´Ávila, que faz parte da equipe de arqueólogos, o sítio arqueológico encontrado é formado por uma estrutura anelar, com um monte de terra no centro, e um outro menor também em forma de anel. “Foram encontrados alguns enterramentos. Ele é um cemitério indígena. Achamos alguns sepultamentos, 16 covas ao todo, datados do século 15, somente no montículo central. Os corpos eram queimados fora, em uma pira, e depois enterrados na estrutura. Próximo desses locais existe ainda uma casa subterrânea, que está provavelmente associada a outras duas estruturas. Ela deveria ser utilizada pelo guardião da área, provavelmente um xamã", explica Luísa.

Na época, o morto era inimigo da tribo. "Então eles faziam todo um ritual e os arqueólogos já documentaram que já consumiam algum fermentado, seja da mandioca ou do pinhão. Outro dado interessante é que a araucária, ou seja, o nosso pinheiro nativo, está ligada à entrada de humanos no Sul do Brasil entre o ano 1000 e 1200 porque eles encontraram carvão, que está associado à entrada de humanos. Uma pesquisadora de pólen fóssil descobriu que nessa época encontrou-se o pólen da araucária, ou seja, ele não foi disseminado apenas pela gralha-azul como somos informados desde criança", completa.

A pesquisa está ajudando na divulgação turistica da Vinícola Abreu Garcia, que produz vinhos de altitude e de qualidade internacional. Vale lembrar que o sítio arqueológico encontra-se próximo aos vinhedos, na mesma área da Fazenda Campo Belo.

O projeto de estudo arqueológico envolve oito universidades do Brasil e do exterior, apoiado pela USP (Universidade de São Paulo) e outras duas instituições britânicas, University of Exeter e University of Reading. A importante pesquisa pode ser considerada uma das mais dinâmicas e ousadas da arqueologia brasileira sobre os povos Jê, que habitaram territórios de Santa Catarina nos últimos 2 mil anos.

Paulo Luís Cordeiro - DRT 03938 JP
Jornalista


Antonio Carlos Mafalda/Mafalda Press
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