Florianópolis, 23/04/2024
Publicado em 09/08/2012
O público terá que fazer a sua escolha de rua para acompanhar a obra – ou parte dela. O quarteirão impõe uma fragmentação do trabalho e o público experimenta a peça aleatoriamente ou decididamente através das inúmeras possibilidades de escolhas dos caminhos que as ações propõem. Não são apenas os rumos das situações que são embaralhados, em HASARD os textos dos atores variam conforme cada apresentação. Um baralho é usado em cena e, dependendo das cartas, o texto da peça se transforma.
Ao longo de HASARD, as quatro situações contaminam umas às outras, utilizando a aleatoriedade como operação, possibilitando diferentes desdobramentos das ações, dada as diferentes formas de jogo que o grupo propõe aos transeuntes durante a intervenção. As ações percorrem o quarteirão e o público terá sempre que se posicionar para acompanhar os desenlaces das tramas propostas.
HASARD traz questionamentos sobre como nos posicionamos como jogadores na contemporaneidade e assim como outros trabalhos do ERRO Grupo, a peça busca questionar a relação de controle exercida pelo mercado em nosso cotidiano. A ação geral da obra conduz o público a jogar. Não agimos, sem antes desejar um fim, agimos de acordo com as nossas escolhas, que são aleatórias se nós não refletirmos sobre as mesmas. No quadro geral das intervenções, as ações estarão englobadas em quatro locais distintos, quatro ruas de um quarteirão, e acontecerão simultaneamente, nos quais se dará a atenção e decisão do público para se posicionar perante as situações.
Para a criação e construção de HASARD, o ERRO passou por laboratórios de observação em casas de jogos, além de um curso de abordagem e contenção de massas com o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Santa Catarina e de pesquisas neurológicas no Laboratório de Neurociência da UFSC. As leis, o uso das forças militares, procedimentos de segurança, de julgamento, de contratação de profissionais e de operações no mercado financeiro foram visitados através de manuais e textos didáticos que ensinam os procedimentos utilizados por esses poderes instituídos, além de diversos manuais de operações, comportamento e regras de economistas, policiais, exército, bombeiros, jogadores profissionais, etc. Ou seja, toda a dramaturgia da peça é construída ao redor dessas instruções dos manuais dessas profissões.
O grupo passou o ano de 2011 ao redor de pesquisas sobre suas obras anteriores, apresentando-as e analisando-as com o fim de compreender os procedimentos que o grupo usou ao longo de seus dez anos e quais eram relevantes a serem explorados neste novo trabalho e em 2012 realizou 08 meses de ensaios deHASARD.
TURNÊ
HASARD estreia dia 9 de agosto em Florianópolis e segue em cartaz até o dia 21/08, sempre às segundas, terças, quintas e sextas-feiras, totalizando 08 apresentações na Capital. Depois, embarca para Porto Alegre no dia 27/08 para quatro apresentações. Em setembro, a peça faz temporadas em Biguaçu, São José, volta a Florianópolis e finaliza temporada em São Paulo, capital, entre os dias 17 e 20/09.
SERVIÇO
O QUÊ: Temporada de estreia da peça HASARD em Florianópolis
ONDE: Calçadão das Ruas Trajano, Deodoro, Felipe Schmidt e Conselheiro Mafra, Centro de Florianópolis
QUANDO: de 09 a 21 de agosto (segundas, terças, quintas e sextas-feiras)
HORA: A partir das 17 horas
QUANTO: Gratuito
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